Wednesday, August 31, 2005
Rodrigo Sarmento de Beires nasceu em Lisboa no dia 16 de Junho de 1895. Doutorou-se em Ciências Matemáticas em 20 de Junho de 1917. Foi Professor Catedrático da FCUP. Substituiu Ruy Luís Gomes à frente do Centro de Estudos Matemáticos do Porto. Era irmão de José Manuel Sarmento de Beires (nascido em 1892).
Aqui se publica a mensagem enviada por Ruy Luís Gomes aquando da jubilação de Sarmento de Beires em 1965.
Tuesday, August 30, 2005
José Duarte da Silva Paulo (1905-1976)
A obra de investigação empreendida recentemente pelo Prof. Ruy Luís Gomes no domínio das matemáticas, por Luís Neves Real (1953)
índice
artigo do "Diário de Lisboa", 1-4-53
Nota
Lista dos trabalhos do Professor Ruy Luís Gomes
[Páginas do Prof. Jaime Carvalho e Silva a quem agradeço]
artigo do "Diário de Lisboa", 1-4-53
Nota
Lista dos trabalhos do Professor Ruy Luís Gomes
[Páginas do Prof. Jaime Carvalho e Silva a quem agradeço]
"Para a História da Sociedade Portuguesa de Matemática", por José Morgado
Capítulo I
MATEMÁTICOS PORTUGUESES DECIDEM ASSOCIAR-SE
Nascimento da Sociedade Portuguesa de Matemática
Actividades da Comissão Pedagógica;
Efervescência da actividade matemática
Centro de Estudos Matemáticos de Lisboa
Conferências de Maurice Fréchet em Portugal
Centro de Estudos de Matemáticas Aplicadas à Economia
Secção de Matemática da Faculdade de Ciências do Porto
Centro de Estudos Matemáticos do Porto
Um curso de António Monteiro no Porto
Capítulo II
A EFERVESCÊNCIA ATINGE TAMBÉM A FÍSICA
Guido Beck em Coimbra
Centro de Estudos de Física de Lisboa
O curso de Guido Beck e a actividade desenvolvida no Seminário de Física Teórica anexo ao C.E.M. do Porto
Alexandre Proca dirige o Seminário de Física Teórica
Prémio Nacional Gomes Teixeira
Capítulo III
PARTICIPAÇÃO ESTUDANTIL NO MOVIMENTO MATEMÁTICO
Sinais de hostilidade à efervescência matemática
Os Clubes de Matemática
Duas conferências de António Monteiro dirigidas aos estudantes universitários do Porto
Colaboração estudantil nos Colóquios
O primeiro Clube de Matemática em Portugal
Outros Clubes de Matemática
Supressão dos Clubes de Matemática
Capítulo IV
DIFICULDADES NA LUTA CONTRA O ISOLAMENTO CIENTÍFICO
Sociedades Matemáticas nos países mais evoluídos
Falta de uma tradição de trabalho em Matemática
O isolamento e as Conferências Democráticas do Casino
O nosso atraso em Matemática
Opinião de Gomes Teixeira
Opinião de Pedro José da Cunha
0pinião de António Monteiro
Não se perdeu a lição de Monteiro
Junta de Investigação Matemática
Dotação da Junta de Investigação Matemática
Palestras sobre a Investigação Científica
Colaboração entre a J.I.M. e a S.P.M.
Participação em congressos
Ofensiva governamental contra a Universidade Portuguesa
Anexo
Bibliografia
Índice
[Páginas do Prof. Jaime Carvalho e Silva a quem agradeço]
MATEMÁTICOS PORTUGUESES DECIDEM ASSOCIAR-SE
Nascimento da Sociedade Portuguesa de Matemática
Actividades da Comissão Pedagógica;
Efervescência da actividade matemática
Centro de Estudos Matemáticos de Lisboa
Conferências de Maurice Fréchet em Portugal
Centro de Estudos de Matemáticas Aplicadas à Economia
Secção de Matemática da Faculdade de Ciências do Porto
Centro de Estudos Matemáticos do Porto
Um curso de António Monteiro no Porto
Capítulo II
A EFERVESCÊNCIA ATINGE TAMBÉM A FÍSICA
Guido Beck em Coimbra
Centro de Estudos de Física de Lisboa
O curso de Guido Beck e a actividade desenvolvida no Seminário de Física Teórica anexo ao C.E.M. do Porto
Alexandre Proca dirige o Seminário de Física Teórica
Prémio Nacional Gomes Teixeira
Capítulo III
PARTICIPAÇÃO ESTUDANTIL NO MOVIMENTO MATEMÁTICO
Sinais de hostilidade à efervescência matemática
Os Clubes de Matemática
Duas conferências de António Monteiro dirigidas aos estudantes universitários do Porto
Colaboração estudantil nos Colóquios
O primeiro Clube de Matemática em Portugal
Outros Clubes de Matemática
Supressão dos Clubes de Matemática
Capítulo IV
DIFICULDADES NA LUTA CONTRA O ISOLAMENTO CIENTÍFICO
Sociedades Matemáticas nos países mais evoluídos
Falta de uma tradição de trabalho em Matemática
O isolamento e as Conferências Democráticas do Casino
O nosso atraso em Matemática
Opinião de Gomes Teixeira
Opinião de Pedro José da Cunha
0pinião de António Monteiro
Não se perdeu a lição de Monteiro
Junta de Investigação Matemática
Dotação da Junta de Investigação Matemática
Palestras sobre a Investigação Científica
Colaboração entre a J.I.M. e a S.P.M.
Participação em congressos
Ofensiva governamental contra a Universidade Portuguesa
Anexo
Bibliografia
Índice
[Páginas do Prof. Jaime Carvalho e Silva a quem agradeço]
Abel Salazar, por Carlos Vieira Reis
Em 1934, Luís Neves Real é expulso da Universidade, ainda quando estudante, por ter protestado em abaixo-assinado, juntamente com outros estudantes, contra a perseguição movida a Abel Salazar.
Abel Salazar é expulso do ensino em 13 de Maio de 1935. O pretexto usado contra Abel Salazar, professor catedrático de Histologia da Faculdade de Medicina do Porto, é o de «influência deletéria da sua acção pedagógica-didáctica sobre a mocidade universitária». É-lhe recusada a autorização de sair do país e mesmo de frequentar a biblioteca da sua Faculdade.
Em 1946, morre Abel Salazar e o seu funeral transforma-se numa manifestação democrática nacional.
Ruy Luís Gomes, grande amigo seu, é co-fundador da Casa-Museu Abel Salazar, de Artes Plásticas, situada no Porto, também em 1946.
Ruy Luís Gomes foi preso em 1 de Janeiro de 1947, na sequência dos acontecimentos ligados ao funeral de Abel Salazar. Foi levado a tribunal de polícia, no dia seguinte, mas o julgamento não chegou a realizar-se e foi posto em liberdade.
Ruy Luís Gomes, grande amigo seu, é co-fundador da Casa-Museu Abel Salazar, de Artes Plásticas, situada no Porto, também em 1946.
Ruy Luís Gomes foi preso em 1 de Janeiro de 1947, na sequência dos acontecimentos ligados ao funeral de Abel Salazar. Foi levado a tribunal de polícia, no dia seguinte, mas o julgamento não chegou a realizar-se e foi posto em liberdade.
Em 1975, Ruy Luís Gomes é co-fundador do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar tendo sido Presidente da sua Comissão Instaladora.
Monday, August 29, 2005
Lopes Graça, por Leonor Lains
Em Dezembro de 1950 realiza-se um concerto no cinema Batalha no Porto (uma primeira audição de uma sonata de Fernando Lopes Graça), para subsidiar a revista Portugaliae Mathematica.
Sunday, August 28, 2005
Entrevista a MISCHA COTLAR, feita por Carlos Borches
Onde se fala de António Aniceto Monteiro na Argentina.
(...)
Cuando Ud. menciona la etapa que precedió al '58 se refiere a partir de la creación de Facultad de Ciencias Exactas y Naturales en 1952?
No, antes. Para que tener una idea de como fueron las cosas, hay que decir que hasta el año 44 o 45 estaba solamente Julio Rey Pastor, y el Departamento de Matemática era una pequeña habitación con una pizarra y una biblioteca muy linda. Sin embargo no había muchas oportunidades de sacar libros, así que nos pasábamos mucho tiempo copiando.
Ahora bien, parece que este departamento que en realidad se llamaba Seminario de Matemática y pertenecía a la Facultad de Ingeniería, molestaba a los decanos, así que nos trasladaron a un edificio que dependía de la Marina. Posteriormente Perón crea la Facultad de Ciencias en 1952.
El problema era entonces que para se docente de la Facultad había que firmar adhesión al Justicialismo, de modo que en el año '52 aproximadamente se interrumpe todo.
A todo esto se hacían las reuniones de la Unión Matemática Argentina, donde se formó un pequeño grupo en el que participaron Varsarsky, Ricabarra, Zarantonello, Klimovsky; todo esto por iniciativa de Monteiro. Monteiro fue uno de los más ilustres matemáticos que llegó a este continente. Fundamentalmente trabajaba en lógica y había hecho muchas cosas en su país, Portugal, hasta que fue echado por la dictadura de Oliveira Salazar. Luego se doctoró en Francia y de allí fue a parar a Brasil, que le debe su inicio en matemática, aunque también se tuvo que ir como consecuencia de sus ideas marxistas. Entonces se vino para Argentina, yendo a parar a San Juan.
En San Juan formó un grupo de donde salieron entre otros Villamayor. Monteiro había conocido al Rector de la Universidad de Cuyo, un tal Cruz, una persona muy interesante y amigo de Perón. Monteiro era una persona muy persuasiva, decía: «venga, venga, vamos a hablar» y lo «pervertía». El asunto es que había convencido a Cruz de armar un Departamento de Investigación Científica (DIC). Monteiro se encargaría de fundar el Instituto de Matemática y Cruz se ocuparía de que no se produjeran interferencias políticas. Así que nos fuimos todos para Mendoza pero como no teníamos casa fuimos a parar a la casa de Ricabarra, que era muy grande.
Nos dedicábamos a investigar y a cuidar a los becarios, era realmente muy lindo, teníamos distribuidas las tareas de la casa, lavar los platos y ese tipo de cosas, y después de cenar nos íbamos a leer libros de autores no necesariamente matemáticos, como Erich Fromm, Sartre y otros. Varsarsky, que era medio dictador, comandaba esas cosas.
¿Oscar Varsarsky?
Si, Oscar Varsarsky, probablemente uno de los hombres de mayor cultura científica. Originalmente fue químico y tuvo mucho éxito, luego se interesó por la mecánica cuántica y de allí pasó a las integrales de Fourier; recuerdo que había ido a ver a González Domínguez y éste le dio el libro de Titumarsh (dice señalan un espesor de 7 cm.) pensando que tendría para un tiempo largo. A las tres semanas ya había regresado y hablaba de igual a igual con González Domínguez. De allí pasó a la lógica. Además sabía mucho de ciencias sociales y tenía una enorme capacidad organizativa.
Esa época fue muy hermosa, se trabajaba con mucha libertad, no se podía distinguir entre profesores y alumnos. En el '55, cuando cayó Perón, fue nombrado decano un señor que había estado preso y veía peronistas por todos lados, y al darse cuenta que el DIC era una iniciativa peronista cerró al DIC y con él una publicación que estaba subvencionada por la UNESCO (Revista Matemática Cuyana).
De este grupo la mayoría nos vinimos para Buenos Aires, otros fueron a La Plata y algunos, Monteiro inclusive, a Bahía Blanca, por invitación del Rector Vicente Fatone.
Así como este señor deshizo el Instituto de Cuyo, en Buenos Aires el grupo que tomó la dirección de la Facultad acompañando a Babini no destruyó lo que había. Se tuvo el buen tino de ver que había gente valiosa y en los primeros concursos regularizaron su situación.
(...)
A entrevista completa pode ser lida em E D U C Y T Año 4 - Nro. 178 - 2da. Sección 15 de diciembre de 2001
Nota: esta entrevista tem uma inexactidão no que diz respeito à sequência Portugal, França, Brasil no percurso de António Aniceto Monteiro. Na verdade, A. A. Monteiro doutorou-se em 1936 em Paris, veio para Portugal e partiu em 1945 para o Brasil nas circustâncias que são conhecidas.
Cuando Ud. menciona la etapa que precedió al '58 se refiere a partir de la creación de Facultad de Ciencias Exactas y Naturales en 1952?
No, antes. Para que tener una idea de como fueron las cosas, hay que decir que hasta el año 44 o 45 estaba solamente Julio Rey Pastor, y el Departamento de Matemática era una pequeña habitación con una pizarra y una biblioteca muy linda. Sin embargo no había muchas oportunidades de sacar libros, así que nos pasábamos mucho tiempo copiando.
Ahora bien, parece que este departamento que en realidad se llamaba Seminario de Matemática y pertenecía a la Facultad de Ingeniería, molestaba a los decanos, así que nos trasladaron a un edificio que dependía de la Marina. Posteriormente Perón crea la Facultad de Ciencias en 1952.
El problema era entonces que para se docente de la Facultad había que firmar adhesión al Justicialismo, de modo que en el año '52 aproximadamente se interrumpe todo.
A todo esto se hacían las reuniones de la Unión Matemática Argentina, donde se formó un pequeño grupo en el que participaron Varsarsky, Ricabarra, Zarantonello, Klimovsky; todo esto por iniciativa de Monteiro. Monteiro fue uno de los más ilustres matemáticos que llegó a este continente. Fundamentalmente trabajaba en lógica y había hecho muchas cosas en su país, Portugal, hasta que fue echado por la dictadura de Oliveira Salazar. Luego se doctoró en Francia y de allí fue a parar a Brasil, que le debe su inicio en matemática, aunque también se tuvo que ir como consecuencia de sus ideas marxistas. Entonces se vino para Argentina, yendo a parar a San Juan.
En San Juan formó un grupo de donde salieron entre otros Villamayor. Monteiro había conocido al Rector de la Universidad de Cuyo, un tal Cruz, una persona muy interesante y amigo de Perón. Monteiro era una persona muy persuasiva, decía: «venga, venga, vamos a hablar» y lo «pervertía». El asunto es que había convencido a Cruz de armar un Departamento de Investigación Científica (DIC). Monteiro se encargaría de fundar el Instituto de Matemática y Cruz se ocuparía de que no se produjeran interferencias políticas. Así que nos fuimos todos para Mendoza pero como no teníamos casa fuimos a parar a la casa de Ricabarra, que era muy grande.
Nos dedicábamos a investigar y a cuidar a los becarios, era realmente muy lindo, teníamos distribuidas las tareas de la casa, lavar los platos y ese tipo de cosas, y después de cenar nos íbamos a leer libros de autores no necesariamente matemáticos, como Erich Fromm, Sartre y otros. Varsarsky, que era medio dictador, comandaba esas cosas.
¿Oscar Varsarsky?
Si, Oscar Varsarsky, probablemente uno de los hombres de mayor cultura científica. Originalmente fue químico y tuvo mucho éxito, luego se interesó por la mecánica cuántica y de allí pasó a las integrales de Fourier; recuerdo que había ido a ver a González Domínguez y éste le dio el libro de Titumarsh (dice señalan un espesor de 7 cm.) pensando que tendría para un tiempo largo. A las tres semanas ya había regresado y hablaba de igual a igual con González Domínguez. De allí pasó a la lógica. Además sabía mucho de ciencias sociales y tenía una enorme capacidad organizativa.
Esa época fue muy hermosa, se trabajaba con mucha libertad, no se podía distinguir entre profesores y alumnos. En el '55, cuando cayó Perón, fue nombrado decano un señor que había estado preso y veía peronistas por todos lados, y al darse cuenta que el DIC era una iniciativa peronista cerró al DIC y con él una publicación que estaba subvencionada por la UNESCO (Revista Matemática Cuyana).
De este grupo la mayoría nos vinimos para Buenos Aires, otros fueron a La Plata y algunos, Monteiro inclusive, a Bahía Blanca, por invitación del Rector Vicente Fatone.
Así como este señor deshizo el Instituto de Cuyo, en Buenos Aires el grupo que tomó la dirección de la Facultad acompañando a Babini no destruyó lo que había. Se tuvo el buen tino de ver que había gente valiosa y en los primeros concursos regularizaron su situación.
(...)
A entrevista completa pode ser lida em E D U C Y T Año 4 - Nro. 178 - 2da. Sección 15 de diciembre de 2001
Nota: esta entrevista tem uma inexactidão no que diz respeito à sequência Portugal, França, Brasil no percurso de António Aniceto Monteiro. Na verdade, A. A. Monteiro doutorou-se em 1936 em Paris, veio para Portugal e partiu em 1945 para o Brasil nas circustâncias que são conhecidas.
Saturday, August 27, 2005
Ministros desde 28 de Maio de 1926 até 24 de Abril de 1974
MINISTÉRIO DA INSTRUÇÃO PÚBLICA E BELAS ARTES
ARMANDO HUMBERTO DA GAMA OCHÔA 1 de Junho de 1926 a 3 de Junho de 1926
JOAQUIM MENDES DOS REMÉDIOS 3 de Junho de 1926 a 19 de Junho de 1926
ARTUR RICARDO JORGE 19 de Junho de 1926 a 22 de Novembro de 1926
JOSÉ ALFREDO MENDES DE MAGALHÃES 22 de Novembro de 1926 a 18 de Abril de 1928
DUARTE JOSÉ PACHECO 18 de Abril de 1928 a 10 de Novembro de 1928
GUSTAVO CORDEIRO RAMOS 10 de Novembro de 1928 a 8 de Julho de 1929
FRANCISCO XAVIER DA SILVA TELES 8 de Julho de 1929 a 11 de Setembro de 1929
EDUARDO DA COSTA FERREIRA 11 de Setembro de 1929 a 14 de Novembro de 1929
ARTUR IVENS FERRAZ (interino) 14 de Novembro de 1929 a 21 de Dezembro de 1929
VITOR HUGO DUARTE DE LEMOS 21 de Dezembro de 1929 a 21 de Janeiro de 1930
GUSTAVO CORDEIRO RAMOS 21 de Janeiro de 1930 a 5 de Julho de 1932
GUSTAVO CORDEIRO RAMOS 5 de Julho de 1932 a 11 de Abril de 1933
GUSTAVO CORDEIRO RAMOS 11 de Abril de 1933 a 24 de Julho de 1933
ALEXANDRE ALBERTO DE SOUSA PINTO 24 de Julho de 1933 a 29 de Junho de 1934
MANUEL RODRIGUES JÚNIOR (interino) 29 de Junho de 1934 a 23 de Outubro de 1934
EUSÉBIO TAMAGNINI DE MATOS ENCARNAÇÃO 23 de Outubro de 1934 a 18 de Janeiro de 1936
[Em 13 de Maio de 1935 é publicado o famigerado decreto nº 25317, que visa intensificar a perseguição aos funcionários públicos, ao abrigo do qual, nesse mês, foram afastados 33 funcionários civis e militares, entre os quais Abel Salazar, Aurélio Quintanilha, Manuel Rodrigues Lapa, Sílvio Lima, Norton de Matos (professores universitários) e Jaime Carvalhão Duarte, Costa Amaral e Manuel da Silva (professores primários)].
MANUEL RODRIGUES JÚNIOR (interino) 9 de Março de 1939 a 23 de Março de 1939
MÁRIO DE FIGUEIREDO 28 de Agosto de 1940 a 6 de Setembro de 1944
JOSÉ CAEIRO DA MATA 6 de Setembro de 1944 a 4 de Fevereiro de 1947
[Em 10 de Setembro de 1946 Bento de Jesus Caraça, professor catedrático do ISCEF da Universidade Técnica de Lisboa, recebe uma nota de culpa deduzida pelo instrutor de um processo disciplinar mandado instaurar por ter sido autor do manifesto «O MUD perante a admissão de Portugal na ONU», facto que constituía infracção prevista no “Estatuto Disciplinar dos Funcionários Civis do Estado”. Idêntico procedimento é iniciado para com Mário de Azevedo Gomes, primeiro subscritor do referido manifesto e também professor da mesma Universidade. O Conselho Permanente da Acção Educativa emite, com data de 7 de Outubro de 1946, parecer que aos arguidos seja aplicada a pena de demissão, a qual na mesma data é decidida por despacho ministerial].
FERNANDO ANDRADE PIRES DE LIMA 4 de Fevereiro de 1947 a 7 de Julho de 1955
FERNANDO ANDRADE PIRES DE LIMA 4 de Fevereiro de 1947 a 7 de Julho de 1955
[Em 18 de Junho de 1947 são demitidos pelo governo 26 professores universitários conhecidos pelas suas ideias democráticas.
Foram complusivamente afastados do ensino universitário, entre outros, Ruy Luís Gomes, Mário Silva, Celestino da Costa, Cândido de Oliveira, Pulido Valente, Fernando Fonseca, Adelino da Costa, Cascão de Ansiães, Torre de Assunção, Flávio Resende, Ferreira de Macedo, Peres de Carvalho, Zaluar Nunes, Rémy Freire, Crabée Rocha, Dias Amado, Manuel Valadares, Armando Gibert, Lopes Raimundo, Laureano Barros, José Morgado, Morbey Rodrigues.
No caso concreto de Ruy Luís Gomes, este foi afastado do serviço por telegrama do Ministro da Educação Pires de Lima, por ter reclamado contra a prisão de uma aluna, foi-lhe instaurado processo disciplinar, tendo o juiz instrutor proposto a aplicação de uma pena de seis meses de suspensão de exercício e vencimento. O chamado Conselho Permanente de Acção Educativa, presidido por Mário de Figueiredo, da Junta de Educação Nacional, agravou essa pena transformando-a em demissão. Recorreu, então, para o Supremo Tribunal Administrativo, mas foi-lhe negado provimento].
FRANCISCO DE PAULA LEITE PINTO 7 de Julho de 1955 a 4 de Maio de 1961
MANUEL LOPES DE ALMEIDA 4 de Maio de 1961 a 4 de Dezembro de 1962
INOCÊNCIO GALVÃO TELES 4 de Dezembro de 1962 a 19 de Agosto de 1968
JOSÉ HERMANO SARAIVA 19 de Agosto de 1968 a 15 de Janeiro de 1970
JOSÉ VEIGA SIMÃO 15 de Janeiro de 1970 a 25 de Abril de 1974
Foram complusivamente afastados do ensino universitário, entre outros, Ruy Luís Gomes, Mário Silva, Celestino da Costa, Cândido de Oliveira, Pulido Valente, Fernando Fonseca, Adelino da Costa, Cascão de Ansiães, Torre de Assunção, Flávio Resende, Ferreira de Macedo, Peres de Carvalho, Zaluar Nunes, Rémy Freire, Crabée Rocha, Dias Amado, Manuel Valadares, Armando Gibert, Lopes Raimundo, Laureano Barros, José Morgado, Morbey Rodrigues.
No caso concreto de Ruy Luís Gomes, este foi afastado do serviço por telegrama do Ministro da Educação Pires de Lima, por ter reclamado contra a prisão de uma aluna, foi-lhe instaurado processo disciplinar, tendo o juiz instrutor proposto a aplicação de uma pena de seis meses de suspensão de exercício e vencimento. O chamado Conselho Permanente de Acção Educativa, presidido por Mário de Figueiredo, da Junta de Educação Nacional, agravou essa pena transformando-a em demissão. Recorreu, então, para o Supremo Tribunal Administrativo, mas foi-lhe negado provimento].
FRANCISCO DE PAULA LEITE PINTO 7 de Julho de 1955 a 4 de Maio de 1961
MANUEL LOPES DE ALMEIDA 4 de Maio de 1961 a 4 de Dezembro de 1962
INOCÊNCIO GALVÃO TELES 4 de Dezembro de 1962 a 19 de Agosto de 1968
JOSÉ HERMANO SARAIVA 19 de Agosto de 1968 a 15 de Janeiro de 1970
JOSÉ VEIGA SIMÃO 15 de Janeiro de 1970 a 25 de Abril de 1974
Nota: não foram estes apenas os casos de expulsões de professores ou outros funcionários públicos, nomeadamente ao abrigo do decreto nº 25317 de 13 de Maio de 1935. Alfredo Pereira Gomes também foi afastado da Universidade, em Outubro de 1946, por decisão do Governo, alegadamente por “estar incurso no disposto do decreto-lei nº 25317”. Mais um exemplo: em 13 de Janeiro de 1973, foram expulsos, por terem participado na vigília da Capela do Rato em favor da paz - Francisco Pereira de Moura, nomeado professor catedrático do ISCEF; Carlos Sangreman Proença, terceiro oficial do Instituto Nacional de Estatística; José Augusto Pereira Neto, conselheiro de orientação profissional do Serviço Nacional de Emprego; Luís Manuel Moita, técnico contratado pelo Ministério da Educação Nacional; Maria Gabriela Ferreira, assistente social; Maria Isabel Rodrigues, enfermeira de Saúde Pública; Maria Luísa Pacheco Pereira da Silva, visitadora escolar; Maria do Rosário Leal de Oliveira Moita, bióloga, investigadora dos Serviços Florestais e Aquícolas; Teresa Filomena Sarmento Abrantes Saraiva, professora eventual do liceu.
Thursday, August 25, 2005
Memórias de José Relvas
Onde se fala sobre os primeiros dias depois da proclamação da República.
Fala-se, também, de António Luiz Gomes, pai de Ruy Luís Gomes.
(de O Portal da História)
Nos primeiros dias depois da proclamação da República manteve-se constantemente junto do Governo um grupo de velhos republicanos. Nos Ministérios só os ministros eram novos; todo o pessoal das secretarias era o mesmo que a Monarquia ali deixara. José Barbosa 1, que foi o primeiro director-geral do Ministério do Interior, tomou posse do cargo alguns dias depois da Revolução; no Ministério dos Estrangeiros não chegou a fazer-se substituição dos funcionários superiores. Ainda hoje são os mesmos que serviam o antigo regime! Só Afonso Costa e Correia Barreto 2 se fizeram cercar sem demora de autênticos republicanos. Afonso Costa procedeu muito conscientemente e de modo próprio; Correia Barreto aceitou a situação que lhe criaram os oficiais revolucionários, que foram chamados os jovens turcos. No Ministério da Marinha, Azevedo Gomes 3 manteve na direcção-geral Eusébio da Fonseca, personagem eminentemente funesto, como teremos ocasião de verificar quando referir como se fez a reforma dos serviços desse Ministério. No Fomento, António Luiz Gomes 4, inalteravelmente preocupado com escrúpulos de legalidade na obra revolucionária, julgava ofender direitos destituindo os directores-gerais, e por isso os deixou nos seus postos!
(...)
António Luiz Gomes dizia mais tarde que não compreendia o que aquilo significara, não lhe permitindo a sua incorrigível ingenuidade medir a capacidade de intriga de que eram susceptíveis, e em que sempre se revelaram superiores, Bernardino Machado e Afonso Costa.
(...)
4. António Luiz Gomes (1863-1961), advogado, formou-se em 1890, tendo sido presidente da Associação Académica de Coimbra durante quatro anos. Fez parte do governo provisório, tendo sido nomeado em 1912 Embaixador de Portugal no Brasil. Foi provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto de 1912 até 1944, Reitor da Universidade de Coimbra de 1921 a 1924. Foi membro do directório do Partido Republicano. (regressar)
(...)
Ver página completa
Fala-se, também, de António Luiz Gomes, pai de Ruy Luís Gomes.
(de O Portal da História)
Nos primeiros dias depois da proclamação da República manteve-se constantemente junto do Governo um grupo de velhos republicanos. Nos Ministérios só os ministros eram novos; todo o pessoal das secretarias era o mesmo que a Monarquia ali deixara. José Barbosa 1, que foi o primeiro director-geral do Ministério do Interior, tomou posse do cargo alguns dias depois da Revolução; no Ministério dos Estrangeiros não chegou a fazer-se substituição dos funcionários superiores. Ainda hoje são os mesmos que serviam o antigo regime! Só Afonso Costa e Correia Barreto 2 se fizeram cercar sem demora de autênticos republicanos. Afonso Costa procedeu muito conscientemente e de modo próprio; Correia Barreto aceitou a situação que lhe criaram os oficiais revolucionários, que foram chamados os jovens turcos. No Ministério da Marinha, Azevedo Gomes 3 manteve na direcção-geral Eusébio da Fonseca, personagem eminentemente funesto, como teremos ocasião de verificar quando referir como se fez a reforma dos serviços desse Ministério. No Fomento, António Luiz Gomes 4, inalteravelmente preocupado com escrúpulos de legalidade na obra revolucionária, julgava ofender direitos destituindo os directores-gerais, e por isso os deixou nos seus postos!
(...)
António Luiz Gomes dizia mais tarde que não compreendia o que aquilo significara, não lhe permitindo a sua incorrigível ingenuidade medir a capacidade de intriga de que eram susceptíveis, e em que sempre se revelaram superiores, Bernardino Machado e Afonso Costa.
(...)
4. António Luiz Gomes (1863-1961), advogado, formou-se em 1890, tendo sido presidente da Associação Académica de Coimbra durante quatro anos. Fez parte do governo provisório, tendo sido nomeado em 1912 Embaixador de Portugal no Brasil. Foi provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto de 1912 até 1944, Reitor da Universidade de Coimbra de 1921 a 1924. Foi membro do directório do Partido Republicano. (regressar)
(...)
Ver página completa
Wednesday, August 24, 2005
Defesa de Bento de Jesus Caraça
Defesa
O Signatário Bento de Jesus Caraça, professor catedrático de Universidade Técnica de Lisboa, responde aos artigos de acusação que lhe foram presentes:
Ao primeiro artigo
Não se considera o signatário incurso em nenhum dos artigos mencionados pela acusação, visto não ter qualquer responsabilidade na reprodução impressa do documento "O M.U.D. perante a admissão de Portugal na ONU". O signatário é membro da Comissão Central do Movimento de Unidade Democrática e assume a responsabilidade do texto do referido documento e do envio, em cópias dactilografadas, aos quadros do Movimento. Tal envio não pode de tal modo nenhum ser considerado clandestino, visto o Movimento de Unidade Democrática ser um movimento legal, de que se participou a constituição da respectiva Comissão Central ao Governador Civil de Lisboa, e sendo reconhecido como tal por S. Ex.ª o Presidente da República que mais de uma vez tem recebido a Comissão Central ou documentos emanados dela, o que sucedeu pela última vez no dia 9 do corrente mês de Setembro.(...)
Ao segundo artigo
(...)Não houve portanto da parte do signatário qualquer acção externa contrariando a posição do Estado Português em matéria de política internacional, mas sim uma acção interna, junto dos democratas portugueses, mostrando-lhes os perigos da política interna, antidemocrática do Governo do País.(...) Além de tudo o que fica dito, não parece ao signatário que, do ponto de vista jurídico, lhe possa ser aplicável o disposto no n.º1.º do 3.º do art. 23.º do Estatuto Disciplinar dos Funcionários Civis, dado que, pela natureza da função pública que exerce, nenhum perigo poderia advir para o Estado da sua continuação no exercício dessa função, ainda que fosse exacta a matéria do art.º 2.º da acusação.(...)
Ao terceiro artigo
(...) a) Porque a afirmação de que "o governo celebrou acordos com Nações estrangeiras nos quais é discutível o acautelamento dos interesses nacionais" de modo nenhum constitui uma difamação dos membros do Governo mas a constatação de uma situação de facto, apoiada na própria larga discussão feita na Imprensa Portuguesa com autorização de Censura sobre certos actos de política económica externa do Governo, como por exemplo a que se reportou ao acordo comercial com o Governo Inglês, do principio deste ano.(...) b) E como em política internacional não se concebe a concessão de um beneficio sem contrapartida, a atitude pouco clara do Governo Português a este respeito torna lícito o perguntar até que ponto estes sacrifícios representam o preço ou compensação do apoio externo concedido em termos tão explícitos e calorosos ao Governo Português. (...) O signatário toma pois inteira responsabilidade dos actos que praticou nos termos exactos articulados nesta resposta. Mas continua a ignorar que infracções disciplinares possa ter cometido, pois a acusação que genericamente lhe é feita não concretiza quais os "deveres gerais ou especiais decorrentes da função que exerce" que teriam sido violados, nem quais os "deveres gerais dos cidadãos impostos pela lei ou pela moral social", que teriam sido ofendidos. O signatário entende finalmente exprimir aqui claramente que considera o presente processo com uma violência praticada sobre ele contra a letra e o espírito da Constituição, violência contra a qual protesta e protestará, deduzindo de tal atitude de protesto, em tempo oportuno e contra os responsáveis, todas as consequências que julgar úteis à reparação dos danos morais e materiais que este processo vier a causar-lhe.
Lisboa, 18 de Setembro de 1946
Retirado de Defesa BJCaraça
Nota de Culpa de Bento de Jesus Caraça
Nota de Culpa
Deduzo, na qualidade de instrutor do processo disciplinar mandado instaurar por Sua Ex.ª o Sub-Secretário de Estado da Educação Nacional contra o Doutor Bento de Jesus Caraça, professor catedrático da Universidade Técnica (Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras), os seguintes artigos de acusação:
1.º É autor, com outros indivíduos, do manifesto "O M.U.D. perante a admissão de Portugal na ONU" que circulou com violação do disposto nos artigos 3.º, 5.º e 8.º do Decreto n.º 12008, de 29 de Julho de 1926 e artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 22469, de 11 de Abril de 1933 - o que constitui infracção disciplinar prevista no artigo 2.º do Estatuto Disciplinar dos Funcionários Civis do Estado.
2.º Definiu nesse manifesto uma atitude que contraria a posição do Estado em matéria de política internacional, procurando, através da pretensa demonstração de que Portugal não preenche as condições para ser admitido na ONU, diminuir o crédito externo do mesmo Estado no momento em que estava pendente o pedido daquela admissão - o que constitui infracção disciplinar prevista nos artigos 2.º e 23.º, 3.º, n.º1 do Estatuto Disciplinar dos Funcionários Civis do Estado.
3.º Difamou gravemente os membros do Governo, pois acusou este de ter celebrado, para conseguir compromissos diplomáticos que facilitassem a admissão de Portugal na ONU, "acordos com nações estrangeiras nos quais é discutível o acautelamento dos interesses nacionais" e ainda de pretender, com a situação, "uma situação a favor cujo preço é difícil de avaliar" o que constitui infracção disciplinar prevista no artigo2.º do Estatuto Disciplinar dos Funcionários Civis do Estado.
Fixo ao arguido o prazo de 5 dias, a contar da data em que receber a carta destes artigos, para, querendo, examinar o processo na Secretaria Geral do Ministério da Educação Nacional, durante as horas do expediente, e deduzir a defesa que entender oferecendo a prova testemunhal e documental que julgar necessária, nos termos dos artigos 50.º e seguintes do Estatuto Disciplinar dos Funcionários Civis do Estado. Notifique-se o arguido, entregando-lhe cópia da presente acusação.
Lisboa, 10 de Setembro de 1946.
O INSTRUTOR
Retirado de Nota de Culpa BJCaraça
Sunday, August 21, 2005
O Prof. Ruy Luis Gomes no Recife (Departamento de Matemática - UFPE), por Fernando Cardoso
O Instituto de Física e Matemática da Universidade do Recife (atualmente, Universidade Federal de Pernambuco, UFPE).
No início de fevereiro de 1953 chega ao Recife o Prof. Alfredo Pereira Gomes, convidado pelo então Reitor da Universidade, Prof. Joaquim Amazonas, para estabelecer um Departamento de Matemática na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, recém-criada na UFPE. Tentava-se, assim, repetir o exemplo da Universidade de São Paulo (USP) que na década de 30, convidara professores estrangeiros, na maioria italianos, para fundar departamentos de ciências fundamentais na sua Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, permanecendo a tradição do ensino de ciências exatas na Escola de Engenharia com diplomados em engenharia. Quase a seguir e antes do início do ano letivo, desembarca no Recife, por indicação de Pereira Gomes, o Prof. Manoel Zaluar Nunes, na época em Lisboa. Logo no começo desse ano escolar, Pereira Gomes e Zaluar Nunes foram também contratados, por sugestão do seu Diretor e Professor de Matemática, Newton Maia, para a Escola de Engenharia onde tradicionalmente acorriam alunos mais talentosos e mais bem preparados para o estudo das Ciências Exatas, em especial da Matemática.
Na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Pereira Gomes regia disciplinas de Análise Matemática, inclusive os cursos de Cálculo Diferencial e Integral, enquanto Zaluar Nunes, as de Geometria. Este esforço resultou na criação da Licenciatura em Matemática. Na Escola de Engenharia, por outro lado, foram confiadas a Zaluar as disciplinas de Cálculo Numérico e de Cálculo das Probabilidades, enquanto Pereira Gomes ficara responsável pelos Cálculos.
O fato mais importante entretanto foi o anuncio feito por Luis Freire, Professor de Física das Escolas de Engenharia e de Química, de que em 1954 seria criado na UFPE um Instituto de Física e Matemática (IFM) onde se desenvolveriam atividades matemáticas e físicas extra curriculares, em complementação às do programa oficial, proporcionando estudos de pós-graduação para aperfeiçoar e atualizar a formação científica de licenciados e assistentes. O IFM contava com o patrocínio do recém-constituído (1951) Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) sediado no Rio de Janeiro, e teria como Diretor Luis Freire e como professores na Seção de Matemática, Newton Maia, Pereira Gomes e Zaluar Nunes a quem foi confiada a tarefa de programar a encomenda do núcleo inicial de livros para a Biblioteca e, mais tarde, ser seu primeiro coordenador. A primeira doação feita pelo CNPq, em 1953, foi de 38 caixotes de livros e revistas e o primeiro livro foi registrado em 19/09/53.
Logo nos primeiros anos de sua existência o IFM recebeu a visita de ilustres matemáticos, sobretudo franceses, que a convite de Pereira Gomes, pronunciaram um série de palestras. Dentre eles vale salientar Arnaud Denjoy, do Institut de France, Roger Godement, da Universidade de Paris, e François Bruhat da Universidade de Nancy. Os dois últimos deixaram redigidos resumos das lições (sobre Variedades Diferenciáveis e sobre Álgebras de Lie, Grupos de Lie e Aplicações, respectivamente) que foram publicados como os números 2 e 3 da coleção Textos de Matemática, iniciada por Pereira Gomes em 1955 com o curso de Álgebra Linear e Multilinear (a segunda parte do curso sobre Álgebra Multilinear não chegou a ser publicada). A seguir apareceram os volumes 4 e 5 dos Textos de Matemática, ambos de autoria de S.S. Chern, com títulos Diferentiable Manifolds e Complex Manifolds, respectivamente.
No início de 1960 a UFPE contratou, por indicação de Pereira Gomes, o matemático português José Cardoso Morgado Junior que passaria a ter uma destacada atuação, por cerca de 14 anos, no Departamento de Matemática da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e, sobretudo, no IFM, onde foi o orientador de Wolmer Vasconcelos e Aron Simis, hoje professores na Rutgers University e UFPE, respectivamente, e destacados especialistas em Álgebra Comutativa. Nessa altura, as atividades dos matemáticos portugueses no Recife já recebiam a devida atenção em outros centros acadêmicos. Assim é que Pereira Gomes fez parte da Comissão Organizadora do Primeiro e do Segundo Colóquio Brasileiro de Matemática, realizados em Poços de Caldas (Minas Gerais) em 1957 e 1959, respectivamente. Em 1960, Pereira Gomes foi designado pelo CNPq, por três anos, membro do Conselho Diretor do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e, em 1961, Pereira Gomes e José Morgado foram indicados como membros do Conselho Consultivo do Instituto Central de Matemática da recém fundada Universidade de Brasília. Como consequência, as ligações do IFM com os diferentes centros matemáticos do Brasil tornaram-se mais estreitas o que propiciou a passagem pelo Recife como conferencistas, de um grande número de matemáticos, visitando outras instituições. Um registro deste fato é o aparecimento do volume 6 dos Textos de Matemática, cujos autores foram: Leopoldo Nachbin, do IMPA, Luiz Mendonça de Albuquerque, da Universidade de Montpellier, Charles Ehresmann, da Universidade de Paris e Frederico Pimentel Gomes, da Universidade de São Paulo. Nos anos seguintes, em prosseguimento ao programa de conferências, vieram Laurent Schwartz e François Treves, ambos após uma passagem pelo IMPA. Ainda em 1960, Leopoldo Nachbin fez um curso de três meses no Recife, de que resultou o volume 7 dos Textos de Matemática: "Integral de Haar", mais tarde traduzido para o inglês e editado pela Van Nostrand.
A Chegada de Ruy Luis Gomes ao Recife
Em fevereiro de 1962, chega ao Recife, a convite de Pereira Gomes, o Professor Ruy Luis Gomes. Estava ele desde 1958, na Universidade Nacional del Sur, em Bahia Blanca, Argentina, onde conviveu com o seu antigo companheiro da Universidade do Porto, o Professor Antonio Aniceto Monteiro. A sua presença no Recife por doze anos e dois meses teve, como veremos a seguir, uma importância decisiva no futuro do Departamento de Matemática da UFPE (nome dado, a partir de 1968, à Secção de Matemática do IFM) bem como para o Departamento de Física que sucedeu também em 1968 à Secção de Física do antigo IFM. O plano de trabalho de Ruy Luis Gomes com a UFPE previa que suas principais atividades na universidade deveriam ser: pesquisar, orientar um seminário no IFM e lecionar uma disciplina no Curso de Matemática da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Fui seu primeiro e, por alguns meses, único orientando no IFM.
Estava na ocasião cursando o quinto e último ano da Escola de Engenharia e já decidido a fazer o meu doutorado em Matemática no exterior. Com a ajuda de Leopoldo Nachbin tentei convencer a Congregação da Escola de Engenharia a me autorizar a passar o ano de 1962, no IMPA, no Rio de Janeiro, voltando no meio e no fim ano para fazer os Exames Finais. A resistência da Escola em atender o meu pleito, me obrigou a desistir desse projeto, fazendo-me permanecer no Recife. A ida de Pereira Gomes para a França, em abril de 1962, para ocupar um posto de professor na Universidade de Nancy, fez com que eu passasse a ser orientado pelo Prof. Ruy. Lembro-me que por sugestão dele, me instalei no seu gabinete, numa escrivaninha ao lado da sua, e assim passamos quase que diariamente a conversar sobre Matemática, muitas vezes preparando eu exposições sobre temas escolhidos por ele. Esta foi uma experiência muito rica e importante para a minha formação matemática, que durou até a minha partida para os E.E.U.U., em setembro de 1963, para cursar o doutorado na New York University. Dessa forma tive também a oportunidade de conhecer e apreciar outros aspectos da fascinante personalidade do Prof. Ruy: sua admirável militância e visão ética da política, seu carater irrepreensível, seu compromisso com a formação matemática de jovens, seu entusiasmo contagiante em convencer a todos nós sobre a necessidade de se fazer um Centro Matemático de respeito no Nordeste do Brasil, enfim sua atitude otimista em relação à vida e seu acentuado humanismo.
É evidente que logo o Prof. Ruy passou a se preocupar com o IFM, de modo geral. Assim é que, juntamente com José Morgado, assumiu a Direção, a partir do no. 14, da Coleção Textos de Matemática e um pouco adiante juntos criaram duas novas coleções: Notas e Comunicações de Matemática e Notas de Curso, a primeira objetivando a publicação preliminar de artigos de pesquisa e a segunda de textos de cursos avançados. Rapidamente estas novas coleções passaram a circular tanto no Brasil como no exterior, sendo inclusive utilizadas, através de permuta, para que a Biblioteca do IFM melhorasse o seu acervo. De fato, durante vários anos permutamos nossas coleções com, por exemplo, os volumes da revista Annales de l'Institut Fourier, editada em Grenoble, França.Durante minha permanência em New York, de setembro de 1963 a dezembro de 1967, novos estudantes, sobretudo de Engenharia, começaram a ter a influência de Ruy Luis Gomes. Nesse período ele lecionou Física-Matemática para um grupo de 5 alunos que mais tarde concluiriam o doutorado em Física em Centros do sul do Brasil e/ou no exterior e que viriam a constituir o embrião inicial do hoje consolidado Departamento de Física da UFPE. O reconhecimento dessa influência está registrado na porta da principal sala de conferência do Departamento de Física, cujo nome é: Auditório Prof. Ruy Luis Gomes.
Ao longo dos anos foi considerável o esforço para ampliar e melhorar a qualidade do acervo da Biblioteca do Departamento de Matemática, não somente em livros mas sobretudo em revistas e coleções, de tal forma que ela viesse a ser, como de fato se tornou, uma das mais completas do país. O Prof. Ruy esteve sempre atento a esta questão e, com o seu prestígio, conseguiu obter importantes recursos financeiros tanto de agências brasileiras como de Instituições estrangeiras como a Fundação Gulbenkian; não é sem propósito que nossa Biblioteca leva o seu nome.
O curso de Mestrado em Matemática da UFPE teve início em 1967 e foi mais uma iniciativa dos professores Ruy Luis Gomes e José Morgado; em 1970 o CNPq reconheceu a UFPE como Centro de Excelência para o Mestrado em Matemática; em 1979 o Mestrado foi credenciado pelo Conselho Federal de Educação. A primeira avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), feita em 1980, atribuiu ao Mestrado o conceito A, o mais alto possível, conceito este que vem sendo mantido deste então.
Em abril de 1974 pelas razões conhecidas de todos os Professores Ruy Luis Gomes e José Morgado retornaram a Portugal para exercer atividades na Universidade do Porto, deixando-nos com a enorme responsabilidade de dar continuidade ao sonho que eles e os seus antecessores portugueses, Pereira Gomes e Zaluar Nunes, iniciaram no Recife ou seja de construir um centro matemático de bom nível no nordeste brasileiro.
O Doutorado em Matemática, iniciado em 1984, foi credenciado em 1991. As atividades de Pós-Graduação e Pesquisa em Matemática contam com o apoio de uma das melhores bibliotecas do país.
Os que conviveram com Ruy Luis Gomes continuam agradecidos pelo grande trabalho que ele realizou no DM da UFPE e, sobretudo, permanecem com a mesma admiração pelo cidadão exemplar que ele foi. Na verdade, o Prof. Ruy em paralelo à militância política que tão bem exerceu durante a sua vida, foi um militante da Ciência, em particular da Matemática, fato não muito comum mesmo entre grandes matemáticos. Assim é que por onde passou, participou da criação e/ou consolidação de Centros de Ensino e Pesquisa, estimulou a formação de jovens pesquisadores e lutou para fixar nas universidades os elementos de valor que nelas se distinguiam.
Por tudo isso, o IFM da UFPE, conquanto lamente a profunda mágoa do Prof. Ruy Luis Gomes em ter de se ausentar do seu país querido e de seus muitos amigos, foi realmente o maior beneficiário desse afastamento, usufruindo em proveito do Brasil do seu valioso cabedal de conhecimentos e virtudes.
No início de fevereiro de 1953 chega ao Recife o Prof. Alfredo Pereira Gomes, convidado pelo então Reitor da Universidade, Prof. Joaquim Amazonas, para estabelecer um Departamento de Matemática na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, recém-criada na UFPE. Tentava-se, assim, repetir o exemplo da Universidade de São Paulo (USP) que na década de 30, convidara professores estrangeiros, na maioria italianos, para fundar departamentos de ciências fundamentais na sua Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, permanecendo a tradição do ensino de ciências exatas na Escola de Engenharia com diplomados em engenharia. Quase a seguir e antes do início do ano letivo, desembarca no Recife, por indicação de Pereira Gomes, o Prof. Manoel Zaluar Nunes, na época em Lisboa. Logo no começo desse ano escolar, Pereira Gomes e Zaluar Nunes foram também contratados, por sugestão do seu Diretor e Professor de Matemática, Newton Maia, para a Escola de Engenharia onde tradicionalmente acorriam alunos mais talentosos e mais bem preparados para o estudo das Ciências Exatas, em especial da Matemática.
Na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Pereira Gomes regia disciplinas de Análise Matemática, inclusive os cursos de Cálculo Diferencial e Integral, enquanto Zaluar Nunes, as de Geometria. Este esforço resultou na criação da Licenciatura em Matemática. Na Escola de Engenharia, por outro lado, foram confiadas a Zaluar as disciplinas de Cálculo Numérico e de Cálculo das Probabilidades, enquanto Pereira Gomes ficara responsável pelos Cálculos.
O fato mais importante entretanto foi o anuncio feito por Luis Freire, Professor de Física das Escolas de Engenharia e de Química, de que em 1954 seria criado na UFPE um Instituto de Física e Matemática (IFM) onde se desenvolveriam atividades matemáticas e físicas extra curriculares, em complementação às do programa oficial, proporcionando estudos de pós-graduação para aperfeiçoar e atualizar a formação científica de licenciados e assistentes. O IFM contava com o patrocínio do recém-constituído (1951) Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) sediado no Rio de Janeiro, e teria como Diretor Luis Freire e como professores na Seção de Matemática, Newton Maia, Pereira Gomes e Zaluar Nunes a quem foi confiada a tarefa de programar a encomenda do núcleo inicial de livros para a Biblioteca e, mais tarde, ser seu primeiro coordenador. A primeira doação feita pelo CNPq, em 1953, foi de 38 caixotes de livros e revistas e o primeiro livro foi registrado em 19/09/53.
Logo nos primeiros anos de sua existência o IFM recebeu a visita de ilustres matemáticos, sobretudo franceses, que a convite de Pereira Gomes, pronunciaram um série de palestras. Dentre eles vale salientar Arnaud Denjoy, do Institut de France, Roger Godement, da Universidade de Paris, e François Bruhat da Universidade de Nancy. Os dois últimos deixaram redigidos resumos das lições (sobre Variedades Diferenciáveis e sobre Álgebras de Lie, Grupos de Lie e Aplicações, respectivamente) que foram publicados como os números 2 e 3 da coleção Textos de Matemática, iniciada por Pereira Gomes em 1955 com o curso de Álgebra Linear e Multilinear (a segunda parte do curso sobre Álgebra Multilinear não chegou a ser publicada). A seguir apareceram os volumes 4 e 5 dos Textos de Matemática, ambos de autoria de S.S. Chern, com títulos Diferentiable Manifolds e Complex Manifolds, respectivamente.
No início de 1960 a UFPE contratou, por indicação de Pereira Gomes, o matemático português José Cardoso Morgado Junior que passaria a ter uma destacada atuação, por cerca de 14 anos, no Departamento de Matemática da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e, sobretudo, no IFM, onde foi o orientador de Wolmer Vasconcelos e Aron Simis, hoje professores na Rutgers University e UFPE, respectivamente, e destacados especialistas em Álgebra Comutativa. Nessa altura, as atividades dos matemáticos portugueses no Recife já recebiam a devida atenção em outros centros acadêmicos. Assim é que Pereira Gomes fez parte da Comissão Organizadora do Primeiro e do Segundo Colóquio Brasileiro de Matemática, realizados em Poços de Caldas (Minas Gerais) em 1957 e 1959, respectivamente. Em 1960, Pereira Gomes foi designado pelo CNPq, por três anos, membro do Conselho Diretor do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e, em 1961, Pereira Gomes e José Morgado foram indicados como membros do Conselho Consultivo do Instituto Central de Matemática da recém fundada Universidade de Brasília. Como consequência, as ligações do IFM com os diferentes centros matemáticos do Brasil tornaram-se mais estreitas o que propiciou a passagem pelo Recife como conferencistas, de um grande número de matemáticos, visitando outras instituições. Um registro deste fato é o aparecimento do volume 6 dos Textos de Matemática, cujos autores foram: Leopoldo Nachbin, do IMPA, Luiz Mendonça de Albuquerque, da Universidade de Montpellier, Charles Ehresmann, da Universidade de Paris e Frederico Pimentel Gomes, da Universidade de São Paulo. Nos anos seguintes, em prosseguimento ao programa de conferências, vieram Laurent Schwartz e François Treves, ambos após uma passagem pelo IMPA. Ainda em 1960, Leopoldo Nachbin fez um curso de três meses no Recife, de que resultou o volume 7 dos Textos de Matemática: "Integral de Haar", mais tarde traduzido para o inglês e editado pela Van Nostrand.
A Chegada de Ruy Luis Gomes ao Recife
Em fevereiro de 1962, chega ao Recife, a convite de Pereira Gomes, o Professor Ruy Luis Gomes. Estava ele desde 1958, na Universidade Nacional del Sur, em Bahia Blanca, Argentina, onde conviveu com o seu antigo companheiro da Universidade do Porto, o Professor Antonio Aniceto Monteiro. A sua presença no Recife por doze anos e dois meses teve, como veremos a seguir, uma importância decisiva no futuro do Departamento de Matemática da UFPE (nome dado, a partir de 1968, à Secção de Matemática do IFM) bem como para o Departamento de Física que sucedeu também em 1968 à Secção de Física do antigo IFM. O plano de trabalho de Ruy Luis Gomes com a UFPE previa que suas principais atividades na universidade deveriam ser: pesquisar, orientar um seminário no IFM e lecionar uma disciplina no Curso de Matemática da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Fui seu primeiro e, por alguns meses, único orientando no IFM.
Estava na ocasião cursando o quinto e último ano da Escola de Engenharia e já decidido a fazer o meu doutorado em Matemática no exterior. Com a ajuda de Leopoldo Nachbin tentei convencer a Congregação da Escola de Engenharia a me autorizar a passar o ano de 1962, no IMPA, no Rio de Janeiro, voltando no meio e no fim ano para fazer os Exames Finais. A resistência da Escola em atender o meu pleito, me obrigou a desistir desse projeto, fazendo-me permanecer no Recife. A ida de Pereira Gomes para a França, em abril de 1962, para ocupar um posto de professor na Universidade de Nancy, fez com que eu passasse a ser orientado pelo Prof. Ruy. Lembro-me que por sugestão dele, me instalei no seu gabinete, numa escrivaninha ao lado da sua, e assim passamos quase que diariamente a conversar sobre Matemática, muitas vezes preparando eu exposições sobre temas escolhidos por ele. Esta foi uma experiência muito rica e importante para a minha formação matemática, que durou até a minha partida para os E.E.U.U., em setembro de 1963, para cursar o doutorado na New York University. Dessa forma tive também a oportunidade de conhecer e apreciar outros aspectos da fascinante personalidade do Prof. Ruy: sua admirável militância e visão ética da política, seu carater irrepreensível, seu compromisso com a formação matemática de jovens, seu entusiasmo contagiante em convencer a todos nós sobre a necessidade de se fazer um Centro Matemático de respeito no Nordeste do Brasil, enfim sua atitude otimista em relação à vida e seu acentuado humanismo.
É evidente que logo o Prof. Ruy passou a se preocupar com o IFM, de modo geral. Assim é que, juntamente com José Morgado, assumiu a Direção, a partir do no. 14, da Coleção Textos de Matemática e um pouco adiante juntos criaram duas novas coleções: Notas e Comunicações de Matemática e Notas de Curso, a primeira objetivando a publicação preliminar de artigos de pesquisa e a segunda de textos de cursos avançados. Rapidamente estas novas coleções passaram a circular tanto no Brasil como no exterior, sendo inclusive utilizadas, através de permuta, para que a Biblioteca do IFM melhorasse o seu acervo. De fato, durante vários anos permutamos nossas coleções com, por exemplo, os volumes da revista Annales de l'Institut Fourier, editada em Grenoble, França.Durante minha permanência em New York, de setembro de 1963 a dezembro de 1967, novos estudantes, sobretudo de Engenharia, começaram a ter a influência de Ruy Luis Gomes. Nesse período ele lecionou Física-Matemática para um grupo de 5 alunos que mais tarde concluiriam o doutorado em Física em Centros do sul do Brasil e/ou no exterior e que viriam a constituir o embrião inicial do hoje consolidado Departamento de Física da UFPE. O reconhecimento dessa influência está registrado na porta da principal sala de conferência do Departamento de Física, cujo nome é: Auditório Prof. Ruy Luis Gomes.
Ao longo dos anos foi considerável o esforço para ampliar e melhorar a qualidade do acervo da Biblioteca do Departamento de Matemática, não somente em livros mas sobretudo em revistas e coleções, de tal forma que ela viesse a ser, como de fato se tornou, uma das mais completas do país. O Prof. Ruy esteve sempre atento a esta questão e, com o seu prestígio, conseguiu obter importantes recursos financeiros tanto de agências brasileiras como de Instituições estrangeiras como a Fundação Gulbenkian; não é sem propósito que nossa Biblioteca leva o seu nome.
O curso de Mestrado em Matemática da UFPE teve início em 1967 e foi mais uma iniciativa dos professores Ruy Luis Gomes e José Morgado; em 1970 o CNPq reconheceu a UFPE como Centro de Excelência para o Mestrado em Matemática; em 1979 o Mestrado foi credenciado pelo Conselho Federal de Educação. A primeira avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), feita em 1980, atribuiu ao Mestrado o conceito A, o mais alto possível, conceito este que vem sendo mantido deste então.
Em abril de 1974 pelas razões conhecidas de todos os Professores Ruy Luis Gomes e José Morgado retornaram a Portugal para exercer atividades na Universidade do Porto, deixando-nos com a enorme responsabilidade de dar continuidade ao sonho que eles e os seus antecessores portugueses, Pereira Gomes e Zaluar Nunes, iniciaram no Recife ou seja de construir um centro matemático de bom nível no nordeste brasileiro.
O Doutorado em Matemática, iniciado em 1984, foi credenciado em 1991. As atividades de Pós-Graduação e Pesquisa em Matemática contam com o apoio de uma das melhores bibliotecas do país.
Os que conviveram com Ruy Luis Gomes continuam agradecidos pelo grande trabalho que ele realizou no DM da UFPE e, sobretudo, permanecem com a mesma admiração pelo cidadão exemplar que ele foi. Na verdade, o Prof. Ruy em paralelo à militância política que tão bem exerceu durante a sua vida, foi um militante da Ciência, em particular da Matemática, fato não muito comum mesmo entre grandes matemáticos. Assim é que por onde passou, participou da criação e/ou consolidação de Centros de Ensino e Pesquisa, estimulou a formação de jovens pesquisadores e lutou para fixar nas universidades os elementos de valor que nelas se distinguiam.
Por tudo isso, o IFM da UFPE, conquanto lamente a profunda mágoa do Prof. Ruy Luis Gomes em ter de se ausentar do seu país querido e de seus muitos amigos, foi realmente o maior beneficiário desse afastamento, usufruindo em proveito do Brasil do seu valioso cabedal de conhecimentos e virtudes.
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Este artigo foi retirado de O Prof. Ruy Luis Gomes no Recife
Ver também a versão em inglês do CIM Bulletin #15
Saturday, August 20, 2005
Páginas do Departamento de Matemática - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brasil
Professores com destacada contribuição para a formação do Departamento de Matemática
O Prof. Ruy Luis Gomes no Recife (por Fernando Cardoso)
Prof. José Morgado (por Aron Simis)
Influência dos Professores Portugueses na formação do Departamento de Matemática
Início das atividades de pesquisa e criação do Curso de Mestrado em Matemática
HISTÓRICO DA FUNDAÇÃO DO INSTITUTO DE FÍSICA E MATEMÁTICA DA UNIVERSIDADE DO RECIFE
Bolsa Ruy Luis Gomes
O Prof. Ruy Luis Gomes no Recife (por Fernando Cardoso)
Prof. José Morgado (por Aron Simis)
Influência dos Professores Portugueses na formação do Departamento de Matemática
Início das atividades de pesquisa e criação do Curso de Mestrado em Matemática
HISTÓRICO DA FUNDAÇÃO DO INSTITUTO DE FÍSICA E MATEMÁTICA DA UNIVERSIDADE DO RECIFE
Bolsa Ruy Luis Gomes
Thursday, August 18, 2005
Ciência em Portugal – Personagens e Episódios
(Páginas do Instituto Camões)
com asterisco estão assinaladas as ligações mais importantes para a vida de Ruy Luís Gomes
* Ruy Luís Gomes (1905-1984), por Fernando Reis
Gomes Teixeira (1851-1933), por Fernando Reis
* Aureliano Mira Fernandes (1884-1958), por Fernando Reis
José Martins Vicente Gonçalves (1896-1985), por Fernando Reis
* Bento de Jesus Caraça (1901-1948), por Fernando Reis
Almeida Costa (1903-1978), por Fernando Reis
Manuel Valadares (1904-1982), por Fernando Reis
* Aniceto Monteiro (1907-1980), por Fernando Reis
Sebastião e Silva (1914-1972), por Fernando Reis
Matemático por acaso (sobre Gomes Teixeira), por Nuno Crato
O Velho Senhor das Matemáticas Portuguesas (sobre Vicente Gonçalves), por Nuno Crato
Sociedade Portuguesa de Matemática, por Nuno Crato
* Entre o Porto e Recife (sobre Ruy Luís Gomes), por Nuno Crato
* * O que foi o Núcleo de Matemática, Física e Química?, por Fernando Bragança Gil
com asterisco estão assinaladas as ligações mais importantes para a vida de Ruy Luís Gomes
* Ruy Luís Gomes (1905-1984), por Fernando Reis
Gomes Teixeira (1851-1933), por Fernando Reis
* Aureliano Mira Fernandes (1884-1958), por Fernando Reis
José Martins Vicente Gonçalves (1896-1985), por Fernando Reis
* Bento de Jesus Caraça (1901-1948), por Fernando Reis
Almeida Costa (1903-1978), por Fernando Reis
Manuel Valadares (1904-1982), por Fernando Reis
* Aniceto Monteiro (1907-1980), por Fernando Reis
Sebastião e Silva (1914-1972), por Fernando Reis
Matemático por acaso (sobre Gomes Teixeira), por Nuno Crato
O Velho Senhor das Matemáticas Portuguesas (sobre Vicente Gonçalves), por Nuno Crato
Sociedade Portuguesa de Matemática, por Nuno Crato
* Entre o Porto e Recife (sobre Ruy Luís Gomes), por Nuno Crato
* * O que foi o Núcleo de Matemática, Física e Química?, por Fernando Bragança Gil
Wednesday, August 17, 2005
Matemáticos entre a Argentina e o Brasil
na segunda está Alfredo Pereira Gomes;
na terceira estão Fernando Cardoso, Ruy Luís Gomes e José Morgado;
na quarta estão Ruy Luís Gomes, Delfim Amorim, Zaluar Nunes e José Morgado.
Mapas –
clique nos mapas; o da Argentina precisa de ser aumentado, com a ajuda do botão que aparece, para se ver as localidades melhor.
Matemáticos entre a Argentina e o Brasil
Em 1945, António Aniceto Monteiro viu-se obrigado a sair de Portugal, porque lhe foi vedada a entrada na carreira académica, por razões políticas. Com recomendação de Albert Einstein, J. von Neumann e Guido Beck obtém uma cátedra de Análise Superior no Rio de Janeiro.
Em 28 de Fevereiro, António Aniceto Monteiro embarca para o Rio de Janeiro onde chega com um contrato por quatro anos, ao fim dos quais, o contrato não foi renovado por influência da Embaixada de Portugal.
Em Julho de 1946 realiza-se o doutoramento de Alfredo Pereira Gomes na Universidade do Porto, depois de ter sido orientado por António Aniceto Monteiro. Em Outubro do mesmo ano é afastado da Universidade, por decisão do Governo, alegadamente por “estar incurso no disposto do decreto-lei nº 25317”. Pouco depois vai para Paris onde ingressa no CNRS, sob o patrocínio de M. Fréchet e A. Denjoy, ficando em França até ao fim de 1952.
Em 18 de Junho de 1947, são demitidos pelo governo 26 professores universitários conhecidos pelas suas ideias democráticas. Entre eles estão Ruy Luís Gomes, Zaluar Nunes e José Morgado.
Em 1950, e vindo do Brasil, perseguido pelas autoridades portuguesas, chega à Argentina, António Aniceto Monteiro, contratado pela Universidad Nacional del Cuyo (sediada na cidade de San Juan, província de Mendoza).
No início de Fevereiro de 1953, chega à Universidade Federal de Pernambuco, Recife, o matemático Alfredo Pereira Gomes, convidado pelo Reitor da Universidade, para formar um Departamento de Matemática na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Em seguida, e a convite de Alfredo Pereira Gomes, vindo de Lisboa, chega Manuel Zaluar Nunes.
Em 6 de Janeiro de 1956 é criada a Universidad Nacional del Sur, Bahía Blanca, Argentina, e António Aniceto Monteiro é convidado a nela se incorporar. A Biblioteca do Instituto de Matemática leva actualmente o seu nome – Biblioteca António Monteiro.
Em 1958, Ruy Luís Gomes aceitou um convite de António Aniceto Monteiro para ir trabalhar para a Universidade de Bahía Blanca, Argentina.
Em 1960, José Morgado, vindo de Portugal, junta-se a Pereira Gomes e Zaluar Nunes, no Recife.
De 1962 a 1974, Ruy Luís Gomes é, por convite, professor contratado pela Universidade Federal de Pernambuco, “para ensinar no Curso de Matemática, preparar pessoal docente e fazer investigação científica no Instituto de Matemática”.
Alguns meses depois da chegada de Ruy Luís Gomes, Pereira Gomes, convidado, por J. Delsarte (com o apoio de H. Cartan, L. Schwartz, Lions, Malgrange, etc.), vai para a Universidade de Nancy, aí permanecendo até 1971. Regressa depois a Portugal.
Pouco depois do golpe militar de 1964, no Brasil, Zaluar Nunes, já muito doente, regressa a Portugal onde veio a falecer.
Com a Revolução de 25 de Abril de 1974, Ruy Luís Gomes e José Morgado regressam a Portugal.
Mapas –
clique nos mapas; o da Argentina precisa de ser aumentado, com a ajuda do botão que aparece, para se ver as localidades melhor.
Matemáticos entre a Argentina e o Brasil
Em 1945, António Aniceto Monteiro viu-se obrigado a sair de Portugal, porque lhe foi vedada a entrada na carreira académica, por razões políticas. Com recomendação de Albert Einstein, J. von Neumann e Guido Beck obtém uma cátedra de Análise Superior no Rio de Janeiro.
Em 28 de Fevereiro, António Aniceto Monteiro embarca para o Rio de Janeiro onde chega com um contrato por quatro anos, ao fim dos quais, o contrato não foi renovado por influência da Embaixada de Portugal.
Em Julho de 1946 realiza-se o doutoramento de Alfredo Pereira Gomes na Universidade do Porto, depois de ter sido orientado por António Aniceto Monteiro. Em Outubro do mesmo ano é afastado da Universidade, por decisão do Governo, alegadamente por “estar incurso no disposto do decreto-lei nº 25317”. Pouco depois vai para Paris onde ingressa no CNRS, sob o patrocínio de M. Fréchet e A. Denjoy, ficando em França até ao fim de 1952.
Em 18 de Junho de 1947, são demitidos pelo governo 26 professores universitários conhecidos pelas suas ideias democráticas. Entre eles estão Ruy Luís Gomes, Zaluar Nunes e José Morgado.
Em 1950, e vindo do Brasil, perseguido pelas autoridades portuguesas, chega à Argentina, António Aniceto Monteiro, contratado pela Universidad Nacional del Cuyo (sediada na cidade de San Juan, província de Mendoza).
No início de Fevereiro de 1953, chega à Universidade Federal de Pernambuco, Recife, o matemático Alfredo Pereira Gomes, convidado pelo Reitor da Universidade, para formar um Departamento de Matemática na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Em seguida, e a convite de Alfredo Pereira Gomes, vindo de Lisboa, chega Manuel Zaluar Nunes.
Em 6 de Janeiro de 1956 é criada a Universidad Nacional del Sur, Bahía Blanca, Argentina, e António Aniceto Monteiro é convidado a nela se incorporar. A Biblioteca do Instituto de Matemática leva actualmente o seu nome – Biblioteca António Monteiro.
Em 1958, Ruy Luís Gomes aceitou um convite de António Aniceto Monteiro para ir trabalhar para a Universidade de Bahía Blanca, Argentina.
Em 1960, José Morgado, vindo de Portugal, junta-se a Pereira Gomes e Zaluar Nunes, no Recife.
De 1962 a 1974, Ruy Luís Gomes é, por convite, professor contratado pela Universidade Federal de Pernambuco, “para ensinar no Curso de Matemática, preparar pessoal docente e fazer investigação científica no Instituto de Matemática”.
Alguns meses depois da chegada de Ruy Luís Gomes, Pereira Gomes, convidado, por J. Delsarte (com o apoio de H. Cartan, L. Schwartz, Lions, Malgrange, etc.), vai para a Universidade de Nancy, aí permanecendo até 1971. Regressa depois a Portugal.
Pouco depois do golpe militar de 1964, no Brasil, Zaluar Nunes, já muito doente, regressa a Portugal onde veio a falecer.
Com a Revolução de 25 de Abril de 1974, Ruy Luís Gomes e José Morgado regressam a Portugal.
Thursday, August 04, 2005
Os 60 anos dos bombardeamentos de Hiroxima e Nagasáqui - Excertos de um artigo de Ruy Luís Gomes no jornal «Avante!»
No ano em que passa o centenário de Ruy Luís Gomes, ilustre figura do panorama científico e cultural e destacado militante antifascista, nascido a 5 de Dezembro de 1905; quando se assinala os 60 anos dos bombardeamentos de Hiroxima e Nagasáqui (6 e 9 de Agosto); e quando por todo o mundo se celebra o Ano Mundial da Física em homenagem ao centenário do notável ano na produção científica de Albert Einstein, o ano de 1905, vale a pena relembrar o artigo publicado há meio século, em separata da revista Lusíada, Vol.II, pelo professor Ruy Luís Gomes. O documento, de que o Avante! publica excertos, é uma comovente homenagem a Einstein, falecido a 18 de Abril de 1955, e um veemente apelo à luta pela paz.
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Monday, August 01, 2005
As eleições de 18 de Novembro de 1945
1945
Em 8 de Outubro constitui-se o Movimento de Unidade Democrática (MUD), numa reunião no Centro Republicano Almirante Reis, em Lisboa. Ruy Luís Gomes, bem como José Morgado, apoiou o MUD desde o seu início, tendo assistido à sessão histórica da sua fundação.
No Cinema Olímpia, Porto, realiza-se uma sessão do MUD com “uma adesão popular espantosa”. Ruy Luís Gomes, até ali apenas conhecido como matemático, presidiu a essa sessão. Ruy Luís Gomes foi eleito Presidente da Comissão Distrital do Porto do MUD.
Domingo, 18 de Novembro: “eleições” para a Assembleia Nacional.
No Cinema Olímpia, Porto, realiza-se uma sessão do MUD com “uma adesão popular espantosa”. Ruy Luís Gomes, até ali apenas conhecido como matemático, presidiu a essa sessão. Ruy Luís Gomes foi eleito Presidente da Comissão Distrital do Porto do MUD.
Domingo, 18 de Novembro: “eleições” para a Assembleia Nacional.
No artigo seguinte há uma referência ao matemático António Monteiro:
ELEIÇÕES "À INGLESA"
Vinte milhões de "portugueses" e oitocentos mil recenseados
César Principe
[Artigo do Jornal de Notícias de 18 de Novembro de 1995]
CENTRO DE MATEMÁTICA DA UNIVERSIDADE DO PORTO - MEMÓRIAS
MEMÓRIAS
INVENTÁRIO DO MATERIAL RECOLHIDO PARA A EXPOSIÇÃO DOCUMENTAL DE HOMENAGEM AO PROFESSOR RUY LUÍS GOMES, por Maria de Fátima Ribeiro, Maria do Céu Pereira da Silva, Maria Elisa Mirra e Rosa Maria Ribeiro
JOSÉ MORGADO: IN MEMORIAM, por Jorge Almeida e António Machiavelo
INVENTÁRIO DO MATERIAL RECOLHIDO PARA A EXPOSIÇÃO DOCUMENTAL DE HOMENAGEM AO PROFESSOR RUY LUÍS GOMES, por Maria de Fátima Ribeiro, Maria do Céu Pereira da Silva, Maria Elisa Mirra e Rosa Maria Ribeiro
JOSÉ MORGADO: IN MEMORIAM, por Jorge Almeida e António Machiavelo
INVENTÁRIO DO MATERIAL RECOLHIDO PARA A EXPOSIÇÃO DOCUMENTAL DE HOMENAGEM AO PROFESSOR RUY LUÍS GOMES
CMUP, 5 de DEZEMBRO de 2002
1. Cartas
2. Documentos diversos (incluindo fotografias)
3. Separatas, Artigos e Livros
4. Cadernos
5. Jornais e Manifestos
1. Cartas
2. Documentos diversos (incluindo fotografias)
3. Separatas, Artigos e Livros
4. Cadernos
5. Jornais e Manifestos
Tentativa Feitas nos Anos 40 para criar no Porto uma escola de Matemática, por Ruy Luís Gomes
[Boletim da SPM nº 6 (Out. de 1983)]
Tentativa Feitas nos Anos 40 para criar no Porto uma escola de Matemática
Ruy Luís Gomes
Tentativa Feitas nos Anos 40 para criar no Porto uma escola de Matemática
Ruy Luís Gomes
À memória de Ruy Luís Gomes - Boletim da SPM nº 8 (Set. de 1985)
Boletim da SPM nº 8 (Set. de 1985)
À memória de Ruy Luís Gomes
À memória de Ruy Luís Gomes
Ruy Luís Gomes, Professor e Companheiro
José Morgado
Testemunho de M. Arala Chaves
Testemunho de Luís Neves Real
À memória de Ruy Luís Gomes
À memória de Ruy Luís Gomes
Ruy Luís Gomes, Professor e Companheiro
José Morgado
Testemunho de M. Arala Chaves
Testemunho de Luís Neves Real