Sunday, October 03, 2010

António Luiz Gomes (filho), por Francisco Miguel Araújo

Professor Universitário e Jurista
Nascido na cidade do Porto a 7 de Setembro de 1898, António Luiz Gomes era filho do prestigiado republicano Dr. António Luiz Gomes (Ministro da 1.ª República e Reitor da Universidade de Coimbra) e irmão do Dr. Ruy Luís Gomes (professor catedrático da Faculdade de Ciências do Porto e primeiro reitor desta Universidade no pós-revolução).
Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra a exemplo de seu pai e aí concluiu o bacharelato em Direito. Com a criação da 1.ª Faculdade de Letras do Porto, foi convidado, logo em 1919, para professor contratado do 2.º Grupo (Filologia Românica) e, posteriormente, em 1921, foi nomeado professor ordinário, regendo as cadeiras de Literatura Portuguesa e Geografia Política e Económica. Na sequência da campanha difamatória "Homem Cristo" contra a instituição, rescindiu o seu contrato em 1923 para prosseguir a carreira de magistrado no Ministério Público, em Mogadouro, mais tarde assumindo o cargo de Procurador da República no Tribunal das Execuções.
Por convite de Salazar, em 1933, foi nomeado secretário-geral do Ministério das Finanças (até 1940) e director-geral da Fazenda Pública, promovendo a criação do Arquivo Histórico do Ministério das Finanças, da Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra e a reorganização da Direcção dos Palácios Nacionais. Fez parte de várias comissões públicas nomeadas pelo Governo, tendo sido membro da mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (1940) e da direcção da Caixa de Previdência dos Empregados da Assistência Pública (1944).
Em paralelo, foi nomeado presidente do Conselho Administrativo da Fundação da Casa de Bragança, em 1945. Neste pelouro, desempenhou uma importante acção administrativa e cultural, nomeadamente através do incentivo à produção científica e artística da Casa de Bragança. No âmbito da assistência pública e da promoção da instrução, foi, também, fundador da Obra Social de S. Martinho da Gândara.
Até à Revolução de 1974, manteve as funções de administrador do Banco de Portugal, cargo do qual foi exonerado, passando a dedicar-se à restauração dos direitos da Fundação da Casa de Bragança. Faleceu na cidade de Lisboa a 2 de Janeiro de 1981.