Memórias de José Relvas
Onde se fala sobre os primeiros dias depois da proclamação da República.
Fala-se, também, de António Luiz Gomes, pai de Ruy Luís Gomes.
(de O Portal da História)
Nos primeiros dias depois da proclamação da República manteve-se constantemente junto do Governo um grupo de velhos republicanos. Nos Ministérios só os ministros eram novos; todo o pessoal das secretarias era o mesmo que a Monarquia ali deixara. José Barbosa 1, que foi o primeiro director-geral do Ministério do Interior, tomou posse do cargo alguns dias depois da Revolução; no Ministério dos Estrangeiros não chegou a fazer-se substituição dos funcionários superiores. Ainda hoje são os mesmos que serviam o antigo regime! Só Afonso Costa e Correia Barreto 2 se fizeram cercar sem demora de autênticos republicanos. Afonso Costa procedeu muito conscientemente e de modo próprio; Correia Barreto aceitou a situação que lhe criaram os oficiais revolucionários, que foram chamados os jovens turcos. No Ministério da Marinha, Azevedo Gomes 3 manteve na direcção-geral Eusébio da Fonseca, personagem eminentemente funesto, como teremos ocasião de verificar quando referir como se fez a reforma dos serviços desse Ministério. No Fomento, António Luiz Gomes 4, inalteravelmente preocupado com escrúpulos de legalidade na obra revolucionária, julgava ofender direitos destituindo os directores-gerais, e por isso os deixou nos seus postos!
(...)
António Luiz Gomes dizia mais tarde que não compreendia o que aquilo significara, não lhe permitindo a sua incorrigível ingenuidade medir a capacidade de intriga de que eram susceptíveis, e em que sempre se revelaram superiores, Bernardino Machado e Afonso Costa.
(...)
4. António Luiz Gomes (1863-1961), advogado, formou-se em 1890, tendo sido presidente da Associação Académica de Coimbra durante quatro anos. Fez parte do governo provisório, tendo sido nomeado em 1912 Embaixador de Portugal no Brasil. Foi provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto de 1912 até 1944, Reitor da Universidade de Coimbra de 1921 a 1924. Foi membro do directório do Partido Republicano. (regressar)
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Fala-se, também, de António Luiz Gomes, pai de Ruy Luís Gomes.
(de O Portal da História)
Nos primeiros dias depois da proclamação da República manteve-se constantemente junto do Governo um grupo de velhos republicanos. Nos Ministérios só os ministros eram novos; todo o pessoal das secretarias era o mesmo que a Monarquia ali deixara. José Barbosa 1, que foi o primeiro director-geral do Ministério do Interior, tomou posse do cargo alguns dias depois da Revolução; no Ministério dos Estrangeiros não chegou a fazer-se substituição dos funcionários superiores. Ainda hoje são os mesmos que serviam o antigo regime! Só Afonso Costa e Correia Barreto 2 se fizeram cercar sem demora de autênticos republicanos. Afonso Costa procedeu muito conscientemente e de modo próprio; Correia Barreto aceitou a situação que lhe criaram os oficiais revolucionários, que foram chamados os jovens turcos. No Ministério da Marinha, Azevedo Gomes 3 manteve na direcção-geral Eusébio da Fonseca, personagem eminentemente funesto, como teremos ocasião de verificar quando referir como se fez a reforma dos serviços desse Ministério. No Fomento, António Luiz Gomes 4, inalteravelmente preocupado com escrúpulos de legalidade na obra revolucionária, julgava ofender direitos destituindo os directores-gerais, e por isso os deixou nos seus postos!
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António Luiz Gomes dizia mais tarde que não compreendia o que aquilo significara, não lhe permitindo a sua incorrigível ingenuidade medir a capacidade de intriga de que eram susceptíveis, e em que sempre se revelaram superiores, Bernardino Machado e Afonso Costa.
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4. António Luiz Gomes (1863-1961), advogado, formou-se em 1890, tendo sido presidente da Associação Académica de Coimbra durante quatro anos. Fez parte do governo provisório, tendo sido nomeado em 1912 Embaixador de Portugal no Brasil. Foi provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto de 1912 até 1944, Reitor da Universidade de Coimbra de 1921 a 1924. Foi membro do directório do Partido Republicano. (regressar)
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